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Ursula von der Leyen e o episódio do sofá

Atualizado: 12 de mai. de 2021


Afinal o que se passou na Turquia com Ursula von der Leyen e o que isto tem a ver com feminismo?


No passado dia 6 de Abril, Ursula von der Leyen, a primeira mulher presidente da Comissão Europeia e o seu colega Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, visitaram a Turquia no sentido de abrir portas para uma melhoria nas relações entre este país e a UE.


Acontece que ao chegar ao local da reunião existiam apenas duas cadeiras: uma para Erdogan, o presidente da Turquia e outra para Charles Michel. Ursula von der Leyen ficou um momento de pé confusa, sem saber onde se sentar, até que alguém lhe indica para se sentar... no sofá.



O episódio foi, obviamente, visto como desrespeitoso, sexista e acima de tudo triste, uma vez que tanto Ursula Von der Leyen como Charles desempenham cargos com a mesma classificação de protocolo e por essa razão eram ambos merecedores do mesmo tratamento. Então como é que em pleno 2021 ainda assistimos a situações como esta onde, até em contexto diplomático, as mulheres são vistas como peças secundárias? Mulheres que, inclusive, são presidentes de altas instituições?


Por muito que nos digam que o feminismo está fora de moda ou que já cansa, são episódios como este que reforçam a necessidade de manter ativa a nossa voz enquanto mulheres. Muitas vezes em representação de empresas ou instituições, como neste caso, as mulheres continuam a ser tratadas de forma diferente dos homens sendo que a parte discriminatória peca sempre por dois lados: por desrespeitar a instituição, que Von der Leyen representava neste exemplo, e por desrespeitar o sexo feminino.


No discurso que Von der Leyen fez posteriormente, gravado neste vídeo que a própria publicou e que agora se tornou viral, a mesma diz que se sentiu "magoada" e "sozinha".


“Sou a primeira mulher a presidir à Comissão Europeia. Eu sou a presidente da Comissão Europeia, e é assim que esperava ser tratada quando visitei a Turquia há duas semanas: como presidente da Comissão. Mas não fui. Não posso encontrar nos Tratados da UE qualquer justificação para a forma como fui tratada, pelo que tenho de concluir que aconteceu porque sou uma mulher”, começou assim o discurso.


Que podemos absorver do discurso